Desde que me conheço por gente, sou apaixonada por moda. Eu era uma criança, talvez uma das únicas, que trocava os brinquedos pelas roupas. Fui crescendo, o tempo passando e pouca coisa mudando. O saldo de tudo isso? Um guarda-roupa explodindo; a promessa de um ano inteiro sem comprar roupas, sapatos ou afins; a busca por uma nova consciência e um blog para compartilhar essa história com você.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobrando


Começamos o mês e uma coisa inédita aconteceu: não só estava com dinheiro sobrando no caixa como, além de pagar todas as minhas contas, ainda organizei-me para pagar uma dívida antiga com o meu plano de saúde. Bom, né?! Na verdade, isso é ótimo; no meu caso, então, quase inacreditável. E o dinheiro que sobrou? Para este, eu já achei várias finalidades. Na verdade eu já o gastei de umas vinte formas diferentes sem ele nem mesmo ter saído da minha carteira. Algumas manias não mudam.

Eu estava analisando o meu comportamento, tentando ser a minha terapeuta, e descobri que meu principal problema não é gastar o dinheiro em roupas, mas sim gastar o dinheiro. Explicando melhor: tem períodos em que fico com muita vontade de gastar e, claro, até então sempre o fiz com roupa, que é o que me traz mais satisfação, mais alegria, mais tudo. Agora, fico procurando coisas com o que gastar, e a segunda que me traz mais prazer é minha casa. E nos últimos tempos, aproveitei para comprar todas aquelas coisinhas que estavam faltando, desde a toalhinha de centro de mesa até a renovação de alguns tapetes. Uma delícia, a casa ficou ainda mais bonita.

A questão é que fico realmente agoniada para gastar e, nessas horas, até com o encanador é legal. Não, na verdade com o eletricista é mais ainda porque ele sempre põe uma tomada nova e tal. Isso, pelo que percebo, é meio que um fator genético que vem nas mulheres. Eu não vejo isso no Bruno, ele não tem essa mesma vontade. Dou graças a Deus, porque se tivesse com certeza estaríamos falidos. Afinal, alguém tem que ter controle. O Bruno não gasta dinheiro com quase nada, às vezes até namora um instrumento musical e, quando incentivado por mim a comprar, diz "vou pensar um pouco melhor". Quase louca eu grito: leva de uma vez!

Então, tenho tentado entender em mim o porquê de tanto consumir. Estava em Urubici nesse fim de semana e conheci a Carol, que morava em Floripa, se mudou para lá e montou um restaurante, muito charmosinho por sinal. Ela me disse: "ganho menos do que ganhava em Floripa, mas hoje preciso de muito menos, aqui não tenho com o que gastar, não preciso de tanta coisa". E eu? Será que preciso? Até aqui, não consigo imaginar uma vida diferente da que levo, longe desse sentimento de alegria em ter as coisas, em precisar das coisas, mas é sempre algo para se pensar, para aprender a dosar e, quem sabe, um dia até desapegar.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Livros


Desde a minha promessa, tenho evitado ir ao shopping com frequência, mas quando vou dou prioridade em visitar livrarias. Sempre gostei de frequentá-las, mas agora tem um gostinho especial de dedicação pois tenho tempo para xeretar tudo, desde livros de viagem a gastronomia. Por isso, esses dias acabei parando na sessão auto-ajuda (embora eu já tenha lido alguns títulos, não é o tipo de literatura que me atrai). De frente para uma ilha de livros fiquei impressionada com alguns títulos: “Novos Solteiros”; “100 dias sem ele”; “Seduzindo o clube do bolinha”; “Felicidade - ela está ao seu alcance”; “O segredo das mulheres apaixonadas”; ”Homem cobra, mulher polvo”; “Guia da mulher ousada para uma vida espetacular”.

Eu quase morri de tanto rir, fiquei pensando em quem compra um livro com o título “Seu príncipe pode ser uma cinderela”. Imagina o desespero da pessoa?! E por que ler um livro para saber se ele é uma cinderela? Não é muito mais fácil encarar o problema e partir para a conversa? Outro título: “Por que algumas mulheres se casam e outras não?” Esse particularmente me irrita, porque me parece aquele estilo de livro que busca um estereótipo de “a mulher que consegue homem”, encorajando a infeliz que está lendo a seguir um padrão de comportamento para ser merecedora de um homem. Um outro que deve ir na mesma onda é “Por que os homens se casam com as manipuladoras?”. É aquele tipo de conselho barato que você ouve das pessoas como “você deve ser uma santa na mesa e uma puta na cama”. A vontade que me dá de dizer para a criatura que lê um livro desses é “minha filha: seja você mesma, confie em você, se valorize e seja feliz independente de ter um homem do seu lado”.


Temos a mania de achar que para cada coisa existe uma fórmula. Busca-se uma solução rápida e certeira, mas do meu ponto de vista me limito a dizer: não existe fórmula. Você conhece uma pessoa e às vezes as coisas acontecem, outras não. Não se martirize, não é sua culpa (bom, talvez seja, mas aí provavelmente não era a pessoa certa). Tem homem para tudo que é tipo de mulher e mulher para tudo que é tipo de homem. Basta saber se a loucura de vocês combina.

Não estou querendo dizer que livros de auto-ajuda são umas porcarias, embora alguns sejam mesmo. Existem títulos bem legais, mas o que quero dizer é que às vezes ficamos procurando tantas verdades que nos esquecemos que a melhor solução para as coisas darem certo está no fato de sermos naturais. Fiquei muito tempo saindo com os caras e fazendo tipinhos, joguinhos. Quando conheci o Bruno, mostrei exatamente quem eu era: mostrei que tinha um chulé horrível quando usava Melissa, que morro de preguiça de usar fio dental, que tenho mil manias de gente velha, que falo com uma voz de retardada com a minha cachorra e que às vezes sou muito mal-humorada. Mostrei quem eu era e o que eu queria daquela relação. Foi aí que pela primeira vez as coisas realmente deram certo.

Claro que buscar a resposta em nós mesmo é sempre mais difícil. Eu mesmo , adoro uma formula milagrosa, mas hoje em dia sei que o melhor caminho é quando olho para dentro e tento me encontrar. Apesar de ser muito mais doloroso, quando colho os frutos estes são sempre mais saborosos, por que nenhum livro nesse mundo vai saber o que é melhor para mim além de eu mesma.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dicas


Para quem não quer ficar com um guarda-roupa como o meu, e consegue praticar o desapego melhor que eu, segue algumas dicas legais:

- Faça uma faxina periódica no seu guarda-roupa! O ideal é que seja feita de dois em dois meses, para que você reveja e relembre de peças que podem ser aproveitadas para renovar o look ou então para doar a alguém que precise. (Na verdade de dois em dois meses é exagero né?! )

- Sempre que comprar uma peça nova, tenha o compromisso de tirar uma antiga do guarda-roupa. Assim haverá sempre um rodízio e necessidade de atualizar o seu vestuário sem culpa; (Tudo bem, mas agora me diga: vale comprar uma blusa nova e tirar um pé de meia furada?)

- Os sapatos também passam por esse processo! Vá fundo no armário para relembrar aqueles pares que você já não faz mais idéia que existem e, aproveite para verificar se alguns deles estão precisando de uma visita até o sapateiro antes de doá-los; (Dica: Não jogue muitos sapatos fora de uma vez, por que ai você terá mais espaço e logo achará que esta precisando de uns novos)

- Faça uma lista do que você está verdadeiramente precisando, e estipule esses itens como “prioridades”, acima de qualquer outra peça. (isso é um ótimo conselho racional, mas a gente sabe que no fundo quem manda é o emocional. Se você esta em uma loja e se apaixona por uma peça tu convence até o papa que precisa dela)

- Invista mais dinheiro em peças-chave, que são de extrema relevância para o dia a dia e tem durabilidade, como uma calça jeans, um casaco preto e um scarpin básico. Estes itens, além de fáceis de serem combinados em qualquer look, podem ser compostos com uma diversidade imensa de assessórios e ornamentos que fazem toda a diferença. Já o que for “modismo” não deve tomar muito do seu bolso, por isso, analise muito bem o custo x benefício de cada peça, levando em consideração exatamente na respectiva ordem e relevância: o seu dinheiro, a sua necessidade e o seu gosto! (Isso é uma dica para a vida toda)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Essa semana entrei em uma loja e, mesmo não podendo comprar nada (mesmo sem a promessa não compraria lá, acho a loja um absurdo de cara), tenho que admitir: as peças são sempre lindas e adoro namorá-las. Nisso vem a vendedora:
- Posso te ajudar?
- Não, obrigada, hoje estou só olhando.
- Estamos com alguns descontos.
- Que pena, estou só olhando mesmo. Fiz uma promessa de ficar um ano sem comprar roupa e não posso quebrar, né?
- Mas então temos uns acessórios liiiiiiindos!
- Na verdade não posso comprar acessórios também.
- Sério? E sapatos?
- Também não.
- Mas por que você fez isso contigo?
- Humm... difícil explicar, talvez para me testar.
Ela me olha com cara de paisagem, como se pertencêssemos a mundos diferentes. Afasta-se, como que para me deixar à vontade, e nunca mais torna a mim.
Eu dou as costas e me sinto feliz por não ter mais ninguém para me bajular.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um dia de compras


Eu trabalho numa agência de publicidade, no departamento de planejamento. Meu chefe, confiando no meu bom gosto, pediu que escolhesse um uniforme novo para a Taniele, nossa recepcionista. Não tive como dizer não e nem tive como negar que a idéia de sair no meio da tarde atrás de roupas me agradou muito. Acabei indo para o shopping e, ao entrar nas lojas em busca de peças com boa relação custo x benefício, me lembrei o quanto isso é prazeroso.


Fiquei impressionada com lojas como Renner e C&A, que estão com umas peças mais elaboradas e modernas. Acabei entrando também na Hering e, como nas últimas vezes, fiquei surpresa com a evolução da marca em termos de estilo, hoje muito além do básico, buscando design com conforto. Foi lá que encontrei umas saias muito bonitas de cintura alta que vão até o joelho (sem parecer uma Maria mijona). Depois, passei na Zara e descobri umas camisas lindas com um corte bem acabado, num bordô exatamente no tom da cor oficial da agência. Dei mais umas voltinhas mas não arrisquei comprar porque, embora eu tenha experimentado tudo (claro que não ia perder a oportunidade), a roupa muda de corpo para corpo.


No dia seguinte fui com a Taniele ao shopping e é claro que tudo que eu havia gostado ficou ótimo nela. Fomos primeiro na Hering e saímos de lá com duas saias muito alinhadas. Depois, Renner, mas não tinha nada muito atrativo. Então passamos na Zara e lá o rombo foi um pouco maior: 4 camisas e uma calça. Por fim, passamos na Arezzo e compramos um sapato pois, embora algumas pessoas possam achar um exagero comprar sapato para uma recepcionista, eu sei que ele diz muito sobre uma pessoa. E um sapato feio colocaria a minha produção e reputação por água abaixo.


Enfim, saímos do shopping: eu feliz com a sensação de tarefa cumprida e a Taniele felicíssima com as suas novas aquisições. Ganhei elogios do tipo “nossa! você é ótima para fazer compras” (quase respondi “tu nem imagina quanto”) e “você tem muito bom gosto” (isso é a mesma coisa que dizer para uma anoréxica que ela está pele e osso). Adorei a massagem no ego.


Porém, quando cheguei na agência me bateu um sentimento de culpa, tão recorrente em mim. Senti-me mal por ter de repente gastado demais, um dinheiro que ainda por cima não era nem meu. Daí, quando fiz as contas e vi que tinha comprado R$ 580,00 em roupa para a Tani, me senti muito mal. Na verdade, fiquei apavorada! Aos poucos, fui me acalmando e me lembrando que tudo que eu comprei era de bom gosto e tinha qualidade, e que provavelmente duraria mais que a recepcionista. E nem era tanto assim para a quantidade de roupa que eu havia comprado. Se meu chefe queria algo diferente teria que arcar com isso, não é? Depois de respirar fundo e me encher de argumentos que justificavam aquele gasto, fui falar com ele.


- E ai Victoria, comprou as roupas?
Respondi sem titubear: "Sim, são lindas". Fui explicando o que havia comprado a as combinações que as peças fariam e ele, sem entender muito o que eu estava falando, me interrompeu e perguntou:
- Gastou muito?
Tremi quase como vara verde, parecia que eu tinha 17 anos e estava respondendo essa pergunta à minha mãe depois de ela me emprestar o seu cartão para comprar um sapato. Respondi: "Ah, na faixa de uns 500". Notem, arredondei para baixo, um ato fallho também já recorrente.
Ele me olhou com uma cara de apavorado pensando onde essa louca comprou as roupas. E eu, já pensando em toda a explicação de que aquele valor não era nenhum absurdo, apenas respondi:
- Eu tenho bom gosto, mas nunca disse que era boa em economizar.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Contradição


Outro dia conversando no MSN com a amiga:

Vica diz:

Ficar sem comprar roupa é monótono.

Vicky diz:

Não é não, é um turbilhão de emoções.

Como assim, ficar sem comprar roupa é monótono? Eu sei que vai parecer muito fútil, mas Oiiii?! Alguém sabe o que eu to passando?

Tem dias que acordo e me acho a pessoa mais forte do mundo, fico filosofando com as coitadas das minhas amigas sobre o consumismo e penso que estou aprendendo que quantidade não significa nada. É basicamente nesses dias que fico totalmente desapegada das roupas que tenho e quero me desfazer de metade do meu guarda-roupa. Num impulso desses outro dia tirei 9 calças jeans e tratei de dar logo, antes que o sentimento passasse e eu as colocasse de volta. Fico pensando que está sendo muito fácil e até topo ir fazer compras com algumas amigas só para dar uma consultoria de moda.

Mas há os outros dias, como hoje, que são terríveis. O shopping, que sempre foi um lugar de carregar as baterias, comprar umas coisas e sair mais feliz, virou um amigo traidor que me apunhalou pelas costas. O final das estações vira realmente uma tortura. Fico olhando aqueles tapumes nas vitrines das lojas, sobreposto por aquele palavrão escrito em letras garrafais: LIQUIDAÇÃO! Me dá até arrepio! A liquidação funciona assim na cabeça de um consumista: “se não comprar agora, nunca mais vou ter a oportunidade de comprar uma bota de ski por esse preço, e quem sabe ter uma bota de ski não seja uma ótima oportunidade de aprender a esquiar?” Entenderam? Não? Não faz muito sentido mesmo. Por isso prometi ir ao shopping só depois que passar todos esses saldões, porque senão vira um ato masoquista, sinto como se estivesse me chicoteando, me torturando, ou algo parecido.

Ficar sem comprar roupas é assim, cheio de altos e baixos, cheio de sentimentos variados e contraditórios. Isso pra mim não tem nada de monótono. Monótona era a minha rotina de compras:

- Entra na loja, sente uma euforia, prova tudo, quer levar tudo e fica a melhor amiga da vendedora;

- Efetua a compra, não levando tudo que queria mas muito mais do que devia. Sai feliz;

- Chega em casa, se sente culpada, esconde a compra e jura que nunca mais vai fazer isso;

- Entra na loja, sente uma euforia... e assim vai.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Adorei


...Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.'

Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"

(Frei Betto)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Jobim e eu

Quem já viu o filme (ou leu o livro) “Marley e eu” sabe o quanto é impossível não se divertir com as trapalhadas do Marley e não se comover com o final. Eu amo bicho e tenho a Kira, uma Pit Bull que acha que é um poodle. Ela é minha fiel companheira, quando era pequena, aprontou bastante e vendo o filme até me identifiquei. Porém, quando há alguns meses ganhamos do meu Irmão o Jobim - um boxer que hoje está com dez meses -, posso dizer que a Kira e até o próprio Marley viraram fichinhas perto dele.

Depois que o Jobim veio morar na nossa casa, ele nos ensinou muitas coisas, tais como: ter um boxer e um jardim sem buracos é algo que não existe, assim como plantas e vasos inteiros; roer é algo muito legal, mas roer o que é proibido é muito mais excitante; roupas ficam melhores espalhadas pelo pátio do que no varal; não adianta colocar pimenta em cadeiras, mesas, abajures se não para torná-los mais apetitosos; antes de dar um passeio de bicicleta, confira se os pedais e o banco não estão roídos; fazer xixi no chão enquanto brigam com você é uma boa forma de desviar a atenção; e educar um cachorro, digamos assim, não muito inteligente, é algo muito, muito difícil.

Eu nunca tinha visto um cachorro com poder de destruição tão grande. O Bruno fica muito brabo e sempre faz o papel do pai durão que tenta educar; já eu faço o da mãe permissiva que tenta colocar panos quentes. Fico pensando no encantador de cães indo lá em casa, avaliando o comportamento do Jobim e o nosso. Certamente ele nos daria uma lição de moral, segundo ele o problema está sempre dos donos. Porém, esses dias o Jobim passou dos limites: eu estava sentada na mesa, tirei os meus sapatos distraída e, na minha cara, ele o pegou, um pipitu rosa, que foi o meu preferido na última estação.

Quando vi o sapato já estava todo roído, fiquei olhando e foi passando um filmezinho de todas minhas roupas que ele destruiu até então e ai me subiu uma ira. Saí atrás dele gritando "vou te matar, vou te matar” e vi esse cachorro correr como nunca. Ainda bem que não consegui pegá-lo, porque era morte na certa. A medida que fui ficando mais calma, a irritação foi passando, eu até ri da cena. Fico pensando nos vizinhos ouvindo uma louca gritando pelo pátio. Deviam achar que eu estava atrás do Bruno. Que vergonha.

Tenho contado com a colaboração de todos, principalmente das pessoas mais próximas, como as minhas amigas que estão me dando muita força, e ter um cachorro destruindo as minhas roupas não estava nos meus planos. Ele ainda por cima é exigente, prefere as peças mais caras.

Enfim, quando ele era pequeno era tão bonitinho, nunca diria que aquele cãozinho com jeitinho de rejeitado ia me surpreender tanto. Minha mãe me diria: “Quis?! Agora agüenta”. Agüento, mas não dá para devolver, não?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Aniversário


Sexta feira, 25 de junho, dia do meu aniversário. Combinei com o Bruno que ele não me daria nenhum presente porque eu não estava precisando de nada (entendam que eu não precisar de nada é uma evolução enorme) e afinal acabamos de comprar um terreno e estamos um pouco descapitalizados. Eu disse a ele que precisava ir ao shopping, pois tinha que comprar um presente para uma grande amiga que faz aniversário no mesmo dia que eu. Ele, muito querido que é, viu o meu post aí embaixo e disse que queria me levar ao shopping para me dar de aniversário alguma peça de roupa. É claro que eu não neguei, adorei por sinal, mesmo quebrando uma das regras que diz que, caso eu ganhe uma roupa, não posso pedir nem escolher; mas era meu niver e podíamos abrir uma exceção.

Fomos na a Farm. A loja estava com uma promoção que fazia mais parecer um tudo por 1,99: eram muitas mulheres, todas desesperadas, a loja estava uma bagunça e tinha uma fila enorme no provador. Achei horrível, achei todas umas descontroladas, me senti melhor que elas e quase desisti e fui embora, num ato budístico de desapego. Mas eu ainda não estou tão evoluída assim e tinha a desculpa do presente da Lu para comprar. Comecei a olhar tudo muito calma, estava tranqüila, separando umas roupas e, quando menos esperava, um shortinho que eu tinha separado foi-me surrupiado por uma outra cliente na cara dura. Daí pensei: “isso é uma guerra!”. Eu acabei entrando na guerra, fiquei tão distraída que uma coisa que era para ser feita entre eu e meu namorado na boa virou uma verdadeira jornada em busca das melhores peças. Quando vi, o Bruno dormia no sofá e eu já estava com a metade da loja para experimentar. Que desespero, me rendi e fui para o provador, experimentei, experimentei e à medida que ia gostando das peças a situação ia se complicando, afinal eu ia ganhar somente uma. Depois de meia hora, saí do provador com uma cara de cachorro sem dono dizendo para o Bruno que queria duas peças de roupa, o vestido e o casaquinho... Ele logo cortou o meu barato e disse que teria que escolher somente uma. Quase chorei, fiquei mal, irritada com ele porque, afinal de contas, era meu aniversário e ele teria que fazer as minhas vontades. Acabei escolhendo o vestido. Entreguei para ele muito mal humorada e ambos fomos para o caixa, ele para pagar o meu presente e eu para pagar o presente da minha amiga.

Eu sou uma pessoa que quando quer uma coisa realmente faz de tudo para conseguir. Agindo de uma forma totalmente emocional, coloquei o casaquinho junto com o presente que eu daria à minha amiga e pedi que fosse colocado em pacotes de presentes separados. É, eu estava quebrando a minha promessa, sucumbindo ao meu desejo e ao meu descontrole. Logo que saí da loja me dei conta do que tinha feito. Fui acometida por um sentimento enorme de culpa, fiquei mal, briguei com o Bruno e estraguei a nossa noite romântica. Sabia que teria que reparar meu erro, porque voltar atrás já não dava mais, então resolvi que daria o casaquinho de presente a uma amiga que eu estava devendo um presente, assim arrumaria a situação. Mas o mais difícil ainda tinha de feito, cumprir com o que eu prometi no primeiro post: ser sincera sempre.

Por isso estou aqui narrando o meu louco comportamento. Deixando margem para me julgarem.
Com isso tudo vi o quanto é difícil controlar o meu desejo, a minha vontade, o quanto é difícil dizer não a mim mesma, impor os meus limites. Penso que eu estava indo muito bem e que não precisava me colocar naquela situação, mas tendo me colocado acabei me descobrindo um pouco mais.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ninguém merece




















Devem estar me sacaneando, mandar um email de liquidação de uma das minhas marcas preferidas dizendo que está TUDO com 50 % de desconto (coisa inédita, por que até então era sempre 40%), um dia antes do meu aniversário. Só pode ser sacanagem.



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Borboleta

Na minha casa tínhamos o hábito de sentar na beira da piscina depois do almoço, buscando o sol nos dias frios de inverno. Meus pais tomavam café e eu fazia companhia. Meu pai sempre tinha palavras sábias sobre a vida, e em um desses dias falávamos sobre a morte. Um assunto sempre tão evitado, a morte me dava medo, achava-a triste e sombria, mas nesse dia ele me deu outra perspectiva que eu jamais esquecerei. Eu pedi a ele para que não falássemos sobre esse assunto e ele me disse que eu deveria ver a vida e a morte como consequência de uma coisa muito natural e bonita. Bonita? Pediu que eu fechasse os olhos e que pensasse numa lagarta, na vida da lagarta. Disse que a nossa vida é um ciclo muito parecido com o de uma lagarta. Nós nascemos e aprendemos muitas coisas, nos alimentamos de vivências, de experiências e de sensações como amor, cumplicidade, raiva, inveja, amizade, sentimos e aprendemos a administrar os sentimentos. Quando ficamos mais velhos, aos poucos interiorizamos melhor todas essas experiências, guardando tudo isso num casulo, entendendo o que realmente merece ser guardado, o que realmente tem importância e quem realmente tem importância. Aí ficamos prontos. Prontos para largar o casulo, libertar-se do corpo de lagarta e voar como uma linda borboleta. A morte é o bater das asas de uma borboleta. Achei bonito, poético até, mas na hora não dei tanta importância para aquelas palavras; elas só vieram a fizer sentindo quando, uma semana mais tarde, meu pai sofreu um acidente e faleceu. Ele já estava no casulo e me preparou para entender o que aconteceria, e eu o agradeço.

A vida já me deu muitas coisas para guardar no meu casulo, já perdi as pessoas que mais amava. Mas, à medida que algumas portas se fecharam, janelas, frestas e até paredes se abriram. Foi assim com meu tio, que entrou cada vez mais na minha vida. Ele não tinha filhos e eu não tinha pai, nos encontramos na sorte de sermos parentes. Ele sempre cuidou de mim como uma filha e eu aprendi a amar ele como um pai, meu segundo pai. Mas há alguns dias atrás também o perdi. Ele estava doente, eu sabia que isso aconteceria, mas sempre esperei um telefonema dizendo que tudo ficaria bem, que não precisava me preocupar porque ele estaria ali por muitos anos a me incomodar. Essa ligação não aconteceu. E quando a notícia veio, me senti sem chão, sem chance de questionar se estava certo, por que já estava feito.

Senti o abandono, a ausência e, no meio de tantos sentimentos, saí para caminhar num dia de sol; andei, parei, andei novamente, parei de novo, sentei no chão, não pensei. De repente, uma borboleta pousou em mim. Sim, foi o sinal de que tudo estava bem, um alerta de que não deveria me preocupar, não precisava ficar triste. Fiquei ali sentada, ela pousada em mim, caminhando no meu braço, eu sentindo um abraço. Tão surreal e tão verdadeiro.

Fico aqui pensando que pessoa de sorte eu sou, que bom estar alerta a essas sutilezas da vida. Precisei de um tempo, uns dias para ficar ausente, dei um tempo de todos, dei um tempo de mim. Dei um tempo do blog, achei tão ridículo fazer um blog por um motivo desses. Tudo ficou meio insignificante, tudo pareceu tão sem valor, tão sem sentindo. No momento que resolvi que todas essas coisas não tinham mais importância, vi a importância que elas tinham para mim e lembrei que ainda sou uma lagarta que está apenas descobrindo a vida.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um quadro no quarto

Quando eu era criança tinha um quadro no meu quarto que dizia “A maior riqueza é contentar-se com pouco”, com a foto de uma menininha com roupa de camponesa levando na mão uma cesta de palha cheia de flores. Eu o achava muito bonitinho, uma frase de efeito, mas a verdade é que nunca soube o que era me contentar com pouco. Hoje em dia, a julgar pelos valores sociais modernos, nenhuma mãe em sã consciência colocaria um quadro desses na parede do quarto do filho, a não ser que fosse, digamos assim, meio bicho grilo. Se contentar com pouco é querer pouco da vida, é pensar pequeno; quem se contenta com pouco é medíocre, somos criados para querer sempre mais e nunca se satisfazer. No máximo temos uma satisfação por um momento bem breve. Acha exagero? Pois garanto que você já comprou uma blusa pensando em comprar uma calça, já comprou um carro pensando no próximo, já quitou uma dívida pensando em fazer uma nova. Se você não fez, posso assegurar que eu já fiz tudo isso e ainda faço.

Semana passada recebei um link de várias pessoas diferentes com uma reportagem sobre um economista inglês, Mark Boyle, de 30 anos, que decidiu viver durante um ano sem dinheiro, a fim de demonstrar que, ao contrário do que é consagrado pela economia capitalista, é possível viver sem gastar. Passados 18 meses, ele diz que está tão feliz com a experiência que não pretende voltar para o velho estilo de vida. Fiquei com a história na cabeça a semana toda, fiquei até com dificuldade de escrever por achar que o que eu me propus a fazer é insignificante dentro da necessidade de desaceleração de consumo que o mundo precisa. Mas daí, pensando que tudo começa com um primeiro passo, lembrei que minha amiga Zana, motivada pelo meu blog, decidiu ficar três meses sem gastar. Tudo bem que eu acredite que essa iniciativa veio mais pelo susto que ela levou com a fatura do cartão de crédito do que propriamente pelo meu blog, mas fiquei feliz, por ela e por mim.

Na verdade, qualquer pessoa que se proponha pode fazer a diferença. E para isso não precisa ser tão radical quanto o Boyle, mas uma iniciativa, um gesto, um abrir mão de algo pode já ser suficiente. Foi pensando única e exclusivamente em mim que comecei esse blog, mas é pensando cada vez mais no todo que continuo, e talvez com isso um dia consiga descobrir o verdadeiro significado de “A maior riqueza é contentar-se com pouco”.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Balanço da semana

Já se passaram os sete primeiros dias e, segundo a minha amiga Mari, promessa é que nem regime: a primeira semana é a mais difícil. Adoro esse otimismo, mas quando se trata de moda, difícil mesmo são as semanas das liquidações. É uma salada de fruta de sentimentos, como euforia, êxtase, culpa, arrependimento, desespero e por aí vai... Mas o que importa é que no balanço geral essa semana foi realmente bem tranquila. Na verdade, ficar uma semana sem comprar não é um grande mérito para ninguém, eu mesma já fiquei várias e não sofri. A diferença é que eu sabia sempre que em algum momento um mês novinho iria começar e eu poderia gastar novamente. O legal dessa vez é que, mesmo sabendo que isso não vai acontecer - pelo menos não tão cedo -, o fato não me preocupou. Ok, eu sei que isso é somente por enquanto, mas estou realmente vivendo um dia de cada vez.

Essa semana fui ao shopping ver Alice, que por sinal tem um figurino lindo, de enlouquecer. Quando saí do cinema, em nenhum momento sofri ao olhar uma vitrine, e quando fui embora me senti realizada. O que me deu forças para que eu me sentisse assim? Foi ter criado esse blog: ele realmente me deu um horizonte, não só para provar a mim que consigo, mas porque a cada dia me descubro nele de uma forma diferente.

Não esperava ter uma resposta tão positiva das pessoas que estão lendo. Algumas postam seus comentários, mas muitas vêm por MSN, email, facebook ou até pessoalmente parabenizar a minha iniciativa. Isso me realiza, é muito bom saber que algo que eu, Victória, produzo tem relevância para as pessoas. A gratificação que tenho agora nenhuma roupa poderia proporcionar e isso realmente não tem preço, não mesmo. Com isso, ou por isso, começo a entender melhor, só um pouquinho melhor, o bom de encontrar a satisfação em você e não naquilo que você deseja. Pode parecer até meio batido esse tipo de reflexão, mas nesse momento é muito sincero. E isso faz toda diferença.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

verdade

Outro dia estava vendo um filme tipo B e tinha um alcoólatra que tentava se curar do vício; para isso, um dos passos era pedir desculpas às pessoas a quem havia feito mal. Daí refleti, me inspirei no filme, respirei fundo e fui conversar com o Bruno: precisava contar a ele que desde que moramos juntos compro umas roupinhas escondidas. Que por diversas vezes escondi uma sacolinha dentro da bolsa, no banco de trás do carro, no porta-malas, ou às vezes até fazia uma entrada rápida e rasteira em casa para esconder a prova do crime. Enfim, fiz mil artimanhas das quais não me orgulho nem um pouco.


Bom, a conversa não foi fácil, achei que ele iria ficar feliz por eu contar a verdade, mas ele ficou muito chateado com a mentira, ainda mais porque construímos uma relação pautada na verdade. Para mim isso era uma mentirinha boba, na verdade nem era mentira e sim só uma omissão sem importância. Tentei argumentar que a maioria das mulheres fazem isso, inclusive as minhas amigas.


É quase como quando você é criança e quer esconder alguma coisa errada dos seus pais: eu não estava disposta a ouvir que eu não precisava gastar com roupas, que mal tinha onde guardar as que já tinha, ou que era importante para ele confiar que estávamos juntos no projeto de economizar para tocar adiante nossos planos. Racionalmente eu concordava, mas quando via uma blusinha linda falando para mim "me compra, me compra" não conseguia resistir; e se estivesse em promoção, então era quase um trabalho de caridade com aquela peça que ninguém tinha dado bola até eu, a humanitária, a levar para casa.


Enquanto discutíamos eu lembrava de uma amiga, ouvia ela me falando que não se conta essas coisas para os homens nem sob tortura, porque eles nunca vão entender. Eu concordo com ela, os homens não têm essa capacidade de compreensão da mulher. Como explicar para eles que fazer uma produção, se olhar no espelho e se achar linda é como conquistar o mundo? Pode até ser um prazer momentâneo, mas é uma delícia.


Enfim, fico feliz de ter dito a verdade, não que isso pesasse na minha consciência, mas entendi que não devo nada para ninguém (exceto para o cartão de crédito), nem com quem divido a cama, e antes de ser sincera com os outros preciso ser sincera comigo mesma.


terça-feira, 11 de maio de 2010

Opinião de amiga

Você tem uma ideia, acha que é a ideia do ano, uma superideia, fica emocionada e o que você faz? Corre para contar para suas amigas, é claro.

Falando muito rápido você diz:
- Gurias, tive uma superideia: percebi que estou fazendo tudo errado, preciso parar com esse consumismo por roupa; então decidi fazer uma promessa e ficar um ano sem comprar nada! Mas para isso dar certo preciso de testemunhas, então decidi narrar toda essa jornada num blog.

O que você espera? Uma reação sincera:
- Ai Vicky, olha pra ti (to olhando), tu acha mesmo que tu consegues ficar um ano sem comprar roupa? (Tá, na verdade não esperava tanta sinceridade assim.)
- Acho, acho sim, acho mesmo, acho muito. Na verdade não acho, tenho certeza.

Bom, mas o melhor é que amiga que é amiga tem liberdade de falar o que pensa e eu fico muito feliz que as minhas tenham essa liberdade. E não acho que elas não acreditam em mim, mas querem saber até onde estou comprometida. Fazem o papel de advogadas do diabo e eu agradeço muito.

Acabo me convencendo a cada momento que a ideia é boa e vou criando mais vontade de me superar, de superar as expectativas, não pelos outros, mas para provar a mim mesma que consigo fazer qualquer coisa que eu me proponha. Sei que ainda é muito cedo para falar nisso, afinal estou só há dois dias sem comprar roupa. No domingo, fui no shopping fazer as compras de despedida com a minha amiga Tita e comprei duas blusas, um blusão, uma saia e um sapato. Nada que eu precisasse, é claro, mas era despedida né?!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Desafio

Meu nome é Victória, tenho 27 anos, sou gaúcha, e moro em Floripa. Estou começando esse blog pois me propus um desafio e gostaria de compartilhar essa experiência com todos: resolvi que vou passar um ano sem comprar roupa. Isso já parece difícil para qualquer ser humano que seja um pouquinho vaidoso, não é? E se for mulher, o grau de dificuldade se eleva ao cubo; se você for mulher apaixonada por moda e descontrolada por compras, isso se torna uma missão impossível! Pois é, essa sou eu e, por mais incrível que possa parecer, estou disposta a encarar essa provação.

Moro com o Bruno, meu namorado, que ao contrário de mim não esta nem aí para o que usa, gosta das camisetas mais velhas e desbotadas que você pode imaginar e, mesmo eu colocando algumas bem feias lá no fundo do armário, bem escondidinhas, ele sempre dá um jeito de encontrar. Ele odeia comprar roupa. Deve ser por isso que foi perdendo espaço do seu guarda-roupa, e eu ocupei 3 das 6 portas que ele tem no armário. Bom, até aí tudo bem normal, se eu já não tivesse o meu próprio armário todo ocupado, além de uma arara de vestidos jogada no meio do quarto e mais um closet cheinho de roupa. Nossa, colocando em números sou obrigada a concordar com ele, eu tenho muita roupa mesmo. É por esse motivo que decidi entrar nessa abstinência e provar que eu não sou viciada em compras. Ainda.

O fato decisivo para esse desafio foi uma reportagem no Jornal Hoje, em que me encaixo perfeitamente no perfil das pessoas compulsivas por compras. Vi que existem até grupos de ajuda para essas pessoas. Graças a Deus, no meu caso, eu ainda tenho um pouco de autocontrole (lê-se: um cartão de crédito com limite baixo). Para garantir que consigo ficar 365 dias sem fazer nenhuma comprinha, resolvi fazer uma promessa muito importante, para não ter perigo de cair em tentação. A promessa eu vou contar ao final dos benditos 365 dias.

Também coloquei no papel uma média do que gasto com roupa por mês vs. o meu salário, e entendi perfeitamente por que eu sempre estou reclamando que não tenho dinheiro. Descobri que mesmo me achando uma ótima administradora, administrei muito mal o meu dinheiro. Vou dar um exemplo: eu sonho em ir para Paris, eu poderia ter feito essa viagem, na verdade poderia ter feito várias viagens, ou talvez economizado, ou ainda gasto mais com a minha casa e por aí vai, mas resolvi gastar tudo no shopping. Okei, okei, okei, também não adianta ficar chorando pela pitanga derramada, o que importa é daqui para frente. E depois disso, em um ano eu posso estar curada ou, no mínimo, um pouquinho mais controlada.


Decidi então compartilhar essa experiência com todas as pessoas que se identifiquem, ou não, que talvez fiquem curiosas ou achem pelo menos engraçado.

Dou a minha palavra que serei sincera e honesta com todos que aqui me lêem.